Eu vou usar este blog como instrumento de acompanhamento do julgamento do "mensalão". Espero acharem instrutivos.
JM
RESUMO
Em maio de 2005, o chefe do Departamento de Contratação e
Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, foi filmado embolsando
3 mil reais de um empresário. O que parecia ser apenas um flagrante de propina
transformou-se na origem do pai de todos os escândalos quando Marinho revelou
que o dinheiro iria para o PTB, dirigido pelo deputado Roberto Jefferson. Ao
perceber que o governo não se esforçaria para impedir a instauração de uma CPI
para investigar o assunto, Jefferson afundou atirando. A memória curta dos
eleitores não consegue guardar todas as cenas de um dos maiores shows de
horrores que tiveram como palco o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Veja alguns dos melhores momentos do caso que monopolizou a atenção do Brasil
durante três meses.
Acusados nominalmente
por Roberto Jefferson, os integrantes da cúpula do PT, com o endosso do
presidente Lula, dispararam negativas. “Nunca ouvi, nunca conversei, nunca
tratei com nenhum parlamentar de troca de apoio por dinheiro”, rebateu José
Genoíno, então presidente do Partido dos Trabalhadores. “Nunca tinha ouvido
falar”, emendou o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira.
O dinheiro utilizado
para pagar os parlamentares vinha de “recursos não contabilizados” doados por
empresas para o financiamento de campanhas políticas e de verbas desviadas de
estatais. No dia 12 de agosto, o publicitário Duda Mendonça, que organizou a
campanha vitoriosa de Lula, contou que recebeu milhões de dólares em contas no
exterior, orientado pelo empresário Marcos Valério.
O deputado Valdemar
Costa Neto, acusado de receber dinheiro do PT em nome da sigla que presidia, o
Partido Liberal (atual PR), ensaiou o mesmo discurso. Mas o depoimento de sua
ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira esmagou a argumentação do deputado.
Em menos de duas semanas, Valdemar renunciou ao mandato para não ser cassado.
As repercussões do
mensalão atrapalharam por algum tempo os projetos políticos dos envolvidos no
escândalo, mas não encerraram a carreira dos réus. José Genoíno, que não
conseguiu se eleger deputado federal em 2010, hoje despacha numa sala no
Ministério da Defesa, contratado como assessor especial. Valdemar Costa Neto
aproveitou-se da sobra de votos do palhaço Tiririca para ganhar uma cadeira na
Câmara dos Deputados, de onde continuou comandando o PR. Aos indignados, resta
aguardar o destino dos 38 acusados no Superior Tribunal Federal (STF), que
aceitou a denúncia em 2007, no processo relatado pelo ministro Joaquim Barbosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário